quinta-feira, 1 de outubro de 2009
ESTOU INDO VER O MAR DE TABATINGA
PONTO FINAL
ESTADO DE ROMANCE
NADA VIRÁ DO NADA
Já foi dito que Deus deu ao homem o dom da palavra para que ele possa esconder os seus próprios pensamentos.
Vem outro e diz: “ouve-me, ouve o silêncio, o que te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa!
Estas são palavras daqueles que já se foram, mas por serem fortes permanecem até hoje.
Neste momento, ao meu redor, um silêncio pesado. Meus olhos vagueiam por entre monstros sagrados enfileirados à minha frente.
E lá está Schopennhauer, que a mim tanto impressionaram os seus aforismos. Maquiavel, que a minha inteligência não alcançou os seus conselhos ao “Príncipe”, mas que me deleitou em “A Mandrágora”.
Vosmecê, Jean-Paul Satre, que o tradutor nos adverte em a “Idade Razão”, do emprego indiferente do “você” e o “tu” e das constantes repetições, coisas para as quais nem estavas aí.
Voltaire, que o Sérgio Milet afirma, já na sua época era acusado de plágio: “Voltaire, como todos os grandes escritores clássicos faz seus os bens que encontra”, valeu seiscentas e setenta páginas de histórias curtas que compõem “Zadig ou o Destino”. Nicolai Vassilievith Gogol, “Almas Mortas”, li vosso livro de um fôlego só, pena que não tenha final. “As Vinhas da Ira”...
Meu caro John Steinbeck: o vosso romance retrata o passado de um povo, que para nós, principalmente, nós nordestinos, ele é o nosso presente.
Aqui temos os nossos “bóias-frias”; lá a terra da promissão era a Califórnia, aqui é (era) São Paulo; os juros também são altos e os impostos idem; os Bancos tomam terras, sim senhor, em geral dos pequenos lavradores; os grandes latifundiários não plantam algodão como lá plantavam os seus, aqui é soja tipo exportação.
Aqui se mata por terra. Aqui se morre de fome, também.
Companheiros meus, em mim a necessidade de escrever, mas dentro de mim permanece o nada. “ Nothing will come of nothing. I cannot bring my heart into my mouth” ( Shakespeare através de sua personagem Cordélia, filha do King Lear)
Pedante as citações. Ah, Que o sejam! Mas, como diz a Cordélia, quisera eu trazer o meu coração até minha boca, contudo, bloqueiam-me sentimentos menores, fala mais alto um processo autodepreciativo, desconhecendo valores, se é que os tenha.
Falaria eu do quê? Às vezes eu comungo do mesmo pensamento atribuído ao filósofo grego Górgias de Leontino: “Nada existe. Mesmo se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-lo.
Concedido que algo existe e que podemos conhecer, não poderíamos comunicar aos outros.
É como disse um amigo meu: “você se esconde na ostra e ainda justifica. Simplesmente...anota”.
Sabe ele que : “Só merece nosso crédito aquele que discorrer sobre coisas de sua experiência”. (Hermann Hesse).
E, diante desses “Titãs,” desde a altura em que se encontram, se dignar um deles, alguma vez, dirigir um olhar para a minha humilde posição, saberá de que mísera maneira sofro o grande e constante rigor de nada saber. ( vai ver que eu li isto em algum livro..., lembrei! " "O Príncipe" de Maquiavel).
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
SOBRE O RISO - 1891 A 2009O QUE FOI QUE MUDOU?
ALÉM DO ARCO ÍRIS
ONTEM FOI OUTRO DIA.HOJE RESOLVI DESERTAR NO MUNDO
DEU CERTO COMIGO TENTE VOCÊ SE FOR O CASO
domingo, 20 de setembro de 2009
POESIA É UM ATO DE PAZ
Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.
(Alecksandr Pushkin)Gosto de poesia e comungo do mesmo pensamento de Pablo Neruda, que deixou dito que a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha.
Encantam-me a poesia lírica, que costuma retratar um momento emocional e também os poemas que expressam sentimentos que tocam a alma, como o amor.
Levi Trevisan afirma que a poesia é a mínima distância entre o sentimento e o papel.
É dito que a matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática.
Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.
Bem, fiando-me na liberalidade que é dada ao poeta, atrevo-me a deixar com você o poema que se segue:
QUE FIM MELANCÓLICO
(Zélia Maria Freire)
Que fim melancólico
Para o que se presumia
Ser um grande amor
Nem os meus braços
Encontram mais forças
Para estender-se
Perde-se no vazio
Parte de um corpo Cansado
Da minha boca
Já não se ouve um
Por favor me entenda
Fica comigo
Eu só queria compreender
O porquê deste quase inferno
Quando não mereço
E cá estou
Tão triste
Tão sozinha
Só com as minhas lembranças
E o que restou dela
Dói tanto...
Por que se resume
Numa
Cabeça sobre um colo
Que não é o meu
O CORVO E A CARTA
“Não sei o que houve entre nós. Não sei por que houve.. Deve ter passado uma infinidade de anos enquanto estávamos juntos. Imaginariamente. Depois veio o vazio, o caos, o tormento, esse vento cruel...
E para que se amar num tempo de agora? Um dia a gente pára e se vê que não seguiu nenhuma meta.
...
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
QUANDO REALIDAE? QUANDO FICÇÃO?
O quanto é difícil para o escritor mesmo dentro de um contexto ficcional desvincular a personagem não permitindo que ela se projete sobre a sua vida e interaja com o humano real que é.
SOBRE A TRISTEZA DO BICHO HOMEM - MAS TEM QUEM RIA
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009
POR UMA AMIGA
“De tanto ler a vida dos Outros... /
REJANE CHICA: A expressão é forte, mas já usei. Hoje, por você, por conta dessa figura que esqueceu de escrever as páginas vazias da vida e que tentou te magoar eu indago : Alguma vez na sua vida pôs a educação de lado e virou-se para alguém que vem abusando de sua paciência e disse alto e bom som: DANE-SE!!!?
Também indago: você é das que acredita que existe um limite pra tudo; que tudo cansa na vida; a injustiça, a intolerância, a incompreensão, a maldade a desconfiança ; além de promessas que não se cumprem; tempo que engana; passos que não se alcançam; “ fatos que desarrumam nossos dias já desarrumados”.
Sabe o que mais? O tal do DANE-SE tem lá a sua importância na filosofia.
Se assim é, minha querida amiga, em nome do prazer natural possível que aplaca os desejos e dá felicidade o melhor mesmo é “não estar nem ai” para certas coisas, fatos e pessoas, sobretudo para os seres humanos que teimam em não agir como gente digna de si mesmos e daqueles que os cercam.
SOBRE O BICHO HOMEM:ENQUANTO UM CHORA O OUTRO RI
E fomos nós ouvir Ovídio, que começou falando de uma personagem da mitologia lembrada por Cícero, chamada Niobé , que os poetas descreviam como “petrificada na dor”, tamanha a sobrecarga de desventura por ela recebida, perdeu seus sete filhos viu morrer as sete filhas.
Segundo Ovídio, esta é a forma do homem sentir e exprimir a sua dor, a sua tristeza.
E, como nada mais foi dito nem perguntado, deu-se por encerrada a palestra.
Saímos , eu e Montaigne por ai chutando pedrinhas, sem contudo deixarmos de pensar no bicho homem, pois em verdade, dizia meu companheiro, que este é de natureza muito pouco definida, estranhamente desigual e diverso.
...Para chegarmos à conclusão que assim são os homens, assim é a vida e sentenciar...
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
NÃO ERA NO TIBETE QUE EU ESTAVA
CONVERSA MOLE PARA BOI DORMIR
Pois é, cá estou, “perfeita – não curada, mas como se nunca tivesse havido ferida” (andei lendo “Lua Nova” de Stephenie Meyer)
FICA COMBINADO ASSIM...
E eu que pensava que era poeta, que os meus versos continham mensagens que faziam sentido. Eu que pensava que a minha dor salvaria o mundo chego à conclusão que a conclusão nenhuma cheguei.
Então, por que me preocupar com isso ou com aquilo, afinal quem plantou os lírios dos campos? Então não me pergunte se quero algo porque tenho tudo e nada mais quero, só que saia da frente do meu sol, o que me lembra Diógenes, o cínico, que dizia que na vida precisamos apenas de duas coisas: de razão ou de uma corda para nos enforcarmos.
Fico com a razão, com o conhecimento que me pertence pela natureza e estrutura da minha mente, que não sei se funciona à contento, pois confesso que às vezes me sinto um Hegel da vida e o meu desejo é de apresentar tolices e extravagâncias sem sentido. Ai a minha mente reage e me joga nos braços de Fichte e tome tese, antítese e síntese para encontrar a fórmula da realidade.
E lá vou eu aprender que a função da mente e a tarefa da filosofia é descobrir a unidade que jaz, em potencial na diversidade. Que a tarefa da ética é unificar caráter e conduta e a tarefa da religião é atingir e sentir aquele Absoluto, no qual todos os opostos são reduzidos à unidade; a matéria e a mente, o sujeito e o objeto, o bem e o mal se tornam um só. E que no homem o Absoluto se eleva à consciência de si mesmo e passa a ser a Idéia Absoluta - isto é, o pensamento realiza-se como parte do Absoluto conseqüentemente transcende as limitações e finalidades individuais, captando a harmonia oculta de todas as coisas.
Encerro, mas fica combinado assim: se um dia você me encontrar por ai com um pé calçado e o outro descalço sujo de lama, não diga nada, não me censure, apenas me ensine o caminho de casa.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
FAZ PARTE DO SHOW
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
"ACABA LÁ COM ISSO,Ó CORAÇÃO!"
O SILÊNCIO
SANTO AGOSTINHO E EU
HOJE É DIA DE DOCES LEMBRANÇAS
SERENIDADE
"OS ALEGRES SEMPRE SE CURAM" ME FAÇAM SORRIR
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
NÃO SOU MISS DAISY ,MAS SEMPRE SOU CONDUZIDA
Não sou Miss Daisy, mas sempre sou conduzida.
Por um caminho íngreme desci até a praia e iniciei uma caminhada sem deixar rastro, pois as ondas se encarregavam de apagar. Lá em baixo me senti tão pequena, cercada de um lado por altas barreiras e por outro o mar sem fim.
Passei então a questionar o meu sentir solidão/saudade.
... Fiz o caminho de volta e segui rumo a minha ilha da fantasia, o meu refúgio sem nenhum guerreiro. E cá estou sem solidão e nem saudades.
SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA
“antes é branda pra deleitar, grave para engrandecer; antes para mover, doce para pronunciar. Para falar é engraçada, com um modo senhoril; para cantar é suave, com um certo sentimento que favorece a música; para pregar é substanciosa, com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; pra escrever cartas nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite; para histórias nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.
A propósito, o poeta morreu afogado nas águas do Tejo.
O PONTO FIXO NÃO É DO TEOREMA DE BRUWER
Não era baseado em critério de convexidade
e não fazia parte de nenhum teorema.
de forma estática, concentrava o olhar.
e o seu sorriso.
Que só sabia amar
ora morrendo, ora vivendo
domingo, 16 de agosto de 2009
O ESCRITOR NÃO É UM ENGANADOR
BATALHA PERDIDA
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
QUAL É O BEM SUPREMO DA VIDA?
Ai eu disse pra mim mesma: acorda! Você mais parece a Carolina que a festa acabou e ela não viu. Quanto a você, foi a luz que apagou e você não notou.
Muda o rumo dessa prosa, convoca o Aristóteles e vai falar sobre felicidade.
Hum... Hum...Hum... Filosofemos. Que venha a nós o Aristóteles.
Que tal a gente partir para a pergunta das perguntas. Responda quem souber: Qual é o bem supremo da vida?
Se alguém afirmar simplesmente que a felicidade é o bem supremo da vida, tal afirmação não passa de um mero axioma. O que se deseja é uma descrição mais clara da natureza da felicidade e da maneira de atingi-la. Sabia você que o mais nobre auxílio externo para a felicidade é a amizade? E que ela é mais necessária aos felizes que aos infelizes, pois a felicidade se multiplica ao ser compartilhada. Ela é mais importante que a justiça, pois, “quando os homens são amigos, a justiça é desnecessária”. “ Um amigo é uma alma em dois corações.”
Essas coisas a gente aprende lendo a filosofia de Aristóteles, vale a pena conferir.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
UM CONTO SEM FIM
MAIS PAREÇO O TOLO DE MOLIERE
O grego Eurípedes deixou dito que os sábios têm duas línguas, uma para dizer o que pensam e a outra para falar conforme as circunstâncias: quando o querem, têm talento para fazer o preto parecer como branco e o branco como preto, soprando com a mesma boca o calor e o frio e exprimindo com palavras exatamente o contrário do que sentem no peito.
Por não ser sábia eu me contentaria com uma só língua, contanto que eu pudesse dizer exatamente o que sinto e por não dizer, mais pareço o tolo de Moliere que não diz nada, apenas amarga o silêncio seu e do outro e há de convir que o silêncio é um dos argumentos mais difíceis de refutar, já dizia Josh Billings.
Não sabe o outro que a ausência, o silêncio só diminuem as paixões medíocres e aumentam as grandes, agem assim como o vento que apaga as velas e atiça as fogueiras. La Rochefoucauld, que o diga.
A propósito, esta crônica faz sentido, hoje é segunda-feira...
E AGORA? QUAL É A MINHA VERDADE?
Embora tenha confessado que eu não sou um ser triste, por natureza, não sou. Só que vez por outra lido com a tristeza que me chega sem avisar. E como dói! E como me faz sofrer! Minhas mãos se crispam, meu corpo se retesa, meus olhos fitam o vazio, meus pensamentos rodopiam e eu indago: A causa! A causa! A causa! O por quê? O por quê?
Agora, se eu quisesse falar da minha felicidade por que hoje é domingo? Como me sairia?
Confessei sim, que eu não sou um ser triste, lido mais com a alegria do que com a tristeza. Se a tristeza dói? Desconheço, quase nunca a sinto!
E agora? Qual é a minha verdade? Sou alegre ou sou triste?
SE NÃO TENS OUVIDOS PARA MINHA DOR,RI DE MIM
Maysa cantava. A música dilacerava os meus ouvidos, baixei o som. Não eram palavras de Maysa que eu buscava. Maysa falava de tristeza, de desencontros, de despedidas...