quinta-feira, 10 de setembro de 2009

NÃO ERA NO TIBETE QUE EU ESTAVA




“Salve ó vento!

Eu te saúdo:

Se você é habitante daquele mundo

Pelo qual anseio;”

(do poema “Amigos do Infinito” de Somtow P. Sucharitkul)


Por alguns dias estive nas alturas, e embora um encontro com um Dalai Lama me seria benéfico, não era no Tibete com os seus 4.500 metros acima do mar , que eu estava, se bem que, geograficamente, onde me encontrava, lembre aquela região,pois é também uma planicie, só que não é cercada de altas montanhas e sim baixos montes, que não são essas coisas todas e não pode ser considerado o “teto do mundo”.


Durante esses dias mudei completamente o meu modo de vida e confesso que foi até divertido, me vi às voltas com todos os afazeres domésticos e dei conta direitinho (só não rachei lenha).


Contudo, sobrava tempo para devaneios, para sentir a fúria do vento, que, com os seus gemidos, parecia se contorcer de dor e no seu redemoinho desfazia os meus sonhos, as minhas lembranças, os meus pensamentos mais extravagantes e os levava consigo.


Acho que o vento chorava... Por mim...? Será... ?


Mas quem disse que eu preciso de choro?


De há muito cortei com a espada de Alexandre, o nó dado pelo rei Górdio e hoje sou senhora e dona, não da Ásia Menor, mas de mim mesma e cá estou caminhando pelas colinas “A Sombra do Vento”, com a boca escancarada sem olhar para trás para não correr o risco de virar estátua de sal.


Devo confessar também, que bateu saudade de escrever e dos amigos do Recanto.


Sabe, eu que falei que me faria bem um dedinho de prosa com um “bodisatva da compaixão” e quem sabe uma espichadinha ao templo Jokhang, para prostar-me, bater no peito e pedir perdão por haver pecado por pensamento, palavras e obras, chego à conclusão que isso é perfeitamente dispensável, sabe por quê?


quem tem uma Rejane Chica , que todas as manhãs através de seus escritos nos dá uma injeção de ânimo, nos fazendo ver a simplicidade de bem viver, de observar a natureza, de ser mais tolerante com o nosso semelhante;


quem tem uma Milla Pereira, com a sua poesia, que fala do amor pleno e nos leva a sonhos e doces recordações;


quem tem uma Nena Medeiros, versátil, que nos faz rir com os seus “causos” bem contados, e enlevada quando envereda pelo campo da poesia ;


quem te uma Malu, que, com a sua ternura sempre nos emocionaquem tem a Dolce Vita, profunda, de casamento perfeito com a palavra e de humor refinado;


quem tem o José Cláudio tão verdadeiro nas suas abordagens;


quem tem a Léia Batista sempre nos surpeendendo com suas crônicas bem escritas


quem tem a Ãngela Gurgel,com sua inteligência e intimidade com a palavra ;


quem tem a Brigeth, onde você tem sempre a certeza de uma boa leitura;


quem tem o Kekel com a sua irreverência;quem tem a Evelyne Furtado com o seu jeito inteligente e intimista de ser;


E tantos outros(as) cronistas, de estilo próprio que encantam os leitores aos quais presto também as minhas homenagens e o meu reconhecimento, confessando, que realmente, contando com vocês não preciso recorrer a outras fontes de conhecimento para levantar o astral.


Acho que não mesmo!

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