domingo, 20 de setembro de 2009

O CORVO E A CARTA




Meia noite já era e eu lia “The Raven” de Edgar Allan Poe. Foi quase adormecida que ouvi bater à minha porta. Uma visita a esta hora ? eu me disse. Ou será “Never more” o Corvo de Poe, pensei.

Não abri a porta, além do mais estava coberta de nostagia, envolvida que fiquei pela leitura e me fiz um ser tão solitário quanto o poeta e pretendia continuar como tal; não desejava visita indesejada e inesperada de quem quer que fosse.

Enquanto isso os meus pensamentos detinham-se numa carta que tinha em mãos e estava tomada pela idéia de transcrevê-la, era uma carta de despedida, de amor que não deu certo, não muito bem escrita, cuja autora eu desconheço e muito menos o distinatário. (vou consultar o meu amigo de “A Emoção Solidária”, João Wilson Mendes Melo se sabe algo sobre a autora)

Vejamos:...
“Não sei o que houve entre nós. Não sei por que houve.. Deve ter passado uma infinidade de anos enquanto estávamos juntos. Imaginariamente. Depois veio o vazio, o caos, o tormento, esse vento cruel...
E para que se amar num tempo de agora? Um dia a gente pára e se vê que não seguiu nenhuma meta.

Por que as coisas foram difíceis para nós? Pudera eu me mirar nos teus olhos e correr de mãos dadas num campo de primavera... E ter o coração em paz, aberto para amar e ver o bem, tudo com os olhos do amor.

Nossos encontros poderiam ter sido de alegria. De grande amizade. Eu queria você e você me queria. Perdemos o tempo de ser feliz, afinal.


Olho ao nosso redor e tudo continua igual nessa jornada da vida, se bem que reconheço que somos de mundos diferentes. Nada mesmo poderíamos ser um para o outro, a não ser grandes amigos.


Eu sei que você sabe disso também, Se não pudermos mais nos ver, eu deixo aqui a minha despedida, o meu afeto e minha gratidão por uns momentos de felicidade que eu vivi.


Fica, entre todas as lembranças, a saudade – a única coisa que sempre resta de tudo o que é puro e bom nesta vida, onde a gente representa um papel.”
...

Um comentário:

Paulo de Poty disse...

...e com a saudade a resposta da ave negra como verdade: "nunca mais".