quinta-feira, 24 de julho de 2008

FALEI, FALEI E...





Conselho difícil de seguir o de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. Mas estou tentado, para tanto não falta quem não queira nos amestrar; os livros de auto-ajuda e afins proliferam no mercado.

Para início de conversa, se sou uma pessoa quero saber o que é uma pessoa. Leio Jostein Gaardes. Descubro que pessoa é matéria de origem comum, produto de poeira estelar, com uma só razão (3x4=12) e sentidos variados ( gosto do vermelho enquanto outro gosta do amarelo).

Menos fundo Zélia, menos..., de Barach Spinosa você não tem nada, nem monísta és, vai rezar, vai! E cuidado com a excomunhão, mulher! Não está na hora de sair de cima da pedra, tirar a mão do queixo e conversar com Deus? Encontrar a tua verdade espiritual? Baixe a guarda, vai ver se pesca alguma coisa de proveitoso lendo “A Profecia Celestina” de James Redfield., vai.

Nesta de compreender e me achar, andei lendo Shirley MacLaine. Very interesting, very. Daí concluo: “SOU O QUE SOU”. Quanto à compreensão, diz a Shirley: “ Perguntado ao professor Niels Bohr, como poderíamos compreender a estrutura do átomo se não tínhamos palavras para descrevê-la, ao que Bohr respondeu: “ Primeiro temos que aprender o que significa a palavra “compreender”.

Para que servem as emoções? Quanto custa o analfabetismo emocional? A luz da ciência é o que me explicará o PHD Daniel Goleman.Mas isto será tema para outra conversa.

Pois é, falei, falei e não disse absolutamente nada. Sabe do que mais? Já que não me enxergo, vou tentar enxergar a cara do Brasil através do Jornal o Dia e do programa de TV do Datena – escondida de mim mesma, feito o macaco Simão e se for flagrada direi que sou voluntária do programa “Bolsa Família” e estou fazendo um trabalho de pesquisa de caráter antropológico a pedido do “cumpanheiro” presidente .

sexta-feira, 11 de julho de 2008

SERÁ...?





Pegando carona na “cadeira do papai”, deixando no entanto, o meu explícito protesto contra a restrição feita às mamães, que não tiveram ainda a criação de uma cadeira especial. Feito o meu protesto, vamos aos fatos, como ia dizendo, sentei-me da “cadeira do papai”, de forma confortável, diante da telinha, aguardando o Jornal das Oito. Este gesto me fez lembrar o Dr. Pereira, meu vizinho aqui do lado. Ele também tem uma “cadeira do papai” e religiosamente a ocupa para ficar diante da telinha e assistir o Jornal das Oito, metido num pijama de listras azuis, por sobre as pernas, o controle remoto, que vez por outra seus dedos tocava como numa caricia e talvez pensando lá com seus botões: “ô invenção porreta!”

Se eu fosse analisar a figura do dr. Pereira, diria que ele estava mais pra monstro do que pra médico. O homem era de uma insensibiliade que me exaspera, nada o toca, nem por time de futebol ele torce. Torce sim, pela alta da inflação; é aplicador do open, over, caderneta de poupança e investia na Bolsa. Enquanto eu e a sua mulher chegávamos às lágrimas com a notícia do seqüestro de uma criança, ele estava lá, diante da telinha e por ela desfilando: a vida, (dos outros) que não lhe interessava; a morte, que não lhe tocava; os atentados, que não lhes chocavam; o seqüestro, que não lhe dizia respeito; a crise econômica, que não lhe alcançava; as queimadas, que aos seus olhos céticos, mais pareciam um festival pirotécnico.

Por que diabo o Dr. Pereira é assim tão insensível? Será porque ele é médico-legista, aplicador, rico e latifundiário?

O Jornal acabou, a mesmice de ontem. Hoje não vivi as tragédias desfiladas. Será que estou ficando que nem o dr. Pereira?

Será...?