quinta-feira, 30 de abril de 2009

SAUDADE,TIRO QUE DESPEDAÇA POR DENTRO




Aconteceu. Pronto, aconteceu. E o que eu senti foi o despedaçar por dentro, conseqüência de um tiro de misericórdia advindo de um sentimento chamado SAUDADE.


E eu já nem sei ao certo se de fato existia mais alguma coisa dentro de mim para que esse sentimento destruísse, se até o meu pensamento ele tolhe, não me permitindo nada fazer, há não ser pensar em você, desde o amanhecer até a hora de dormir. Mas o que adiantaria ter o meu pensamento livre sem você?


Com ele livre o que eu buscaria, felicidade? Como? Se “ela está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos?” (Vicente de Carvalho) Responda-me: por que na condição de seres conscientes, livres que somos e responsáveis, não partimos para o dialógo, não sabe você – e ai me desculpe, mas vou parodiar o filosófo frances Merleau–Ponty e dizer – que na experiência do diálogo se constituiria entre mim e você um terreno comum, meu pensamento e o seu formariam um só tecido, minhas falas e as suas seriam invocadas pela interlocução, inserindo-se numa operação comum da qual nenhum de nós é o criador.


Eu e você seriamos colaboradores, numa reciprocidade perfeita, coexistiríamos no mesmo mundo e se arrancares de mim pensamentos que eu não sabia possuir, de tal modo que os empresto e em troca você me faz pensar. Por favor não me deixe falando sozinha, preciso desse diálogo, preciso fazer dele um episódio de minha vida privada solitária , não me faça senti-lo como uma ameaça pois sem você desaparece a reciprocidade que nos relacionava tanto na concordância como na discordância .


Não sabe você que a vida é intersubjetividade corporal e psíquica, é reciprocidade entre pessoas e que a amizade é a virtude proeminente, a expressão do mais alto ideal?Agora, indago: depois de tudo o que eu lhe disse, volta pra mim por inteiro?


PS: meus agradecimentos à Marilena Chauí (Convite à Filosofia), que me ajudou na elaboração deste texto.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

SOLIDÃO E A ILUSÃO DA LIBERDADE



O que é solidão? É simplesmente o “estar só”?

Segundo o controverso filósofo indiano Osho, solidão é como a escuridão e você não pode lutar com a escuridão, com a solidão nem tampouco com o medo do isolamento diretamente, pois nenhuma dessas coisas existem, elas são simplesmente ausência de alguma coisa.


Exemplificando: o que fazemos quando nos encontramos diante da escuridão? Com a escuridão não fazemos nada diretamente, pois ela é somente ausência de luz, ela não existe, acedemos a luz e ela, a escuridão, que não existe, desaparece.


A solidão, como já foi dito, é feito a escuridão, é ausência também, é medo; quando nos sentimos sozinhos vem o desejo de se apegar a alguma coisa, a alguém, algum relacionamento, só para manter a ilusão de que não estamos sós, contudo, afirma Osho, nós sabemos que estamos – por isso a dor – Por um lado você está se apegando a algo que não é real, que é somente um arranjo temporário - um relacionamento, uma amizade, "que subitamente se torna consciente que este relacionamento ou esta amizade não é permanente.


Hoje amigos e quem sabe o dia de amanhã? Amanhã que podemos ser desconhecidos novamente - daí a dor."O que é certo é que não se pode evitar a solidão , ela faz parte dos fundamentos da vida.


Afirma ainda Osho, o que é necessário não é algo que você possa evitar a sua solidão. O que é necessário é que você se torne consciente da sua solitude, o que é a realidade.


E é tão belo experiência-la. Senti-la. Porque é a sua liberdade da multidão, do outro.


É a sua liberdade do seu medo de estar sozinho

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"ARRUMAR A CASA"



“ARRUMAR A CASA”

Este é um título do poema da Yasmine Lemos, que diz o seguinte:


“ Quando nada existe; /Outras coisas persistem; /Um cenário desorganizado. / Livro demarcado, / Página virada, / Silêncio forçado, / Peito abafado. / Música que não toca, / Consola. /Relógio cansado das horas. /Corpo deitado. /Olhos fechados, / Luz apagada./ Uma certa dissonância./ Indiferença agora é um fato. / Paciência”.


Para arrumar a “casa” eu terei que dizer ADEUS, e eu não sei lhe dar com isso , é difícil para mim.

ADEUS presume-se “até nunca mais” e “nunca mais” é tão difinitivo... Mas eu preciso, de fato, dizer ADEUS.


Preciso limpar a "casa", retirar os entulhos, a poeira que me sufoca, que faz meus olhos lacrimejar, impedindo de enxergar a realidade, uma realidade que eu não alcanço, que não me situo.


Mas eu volto, apesar do ADEUS. Pode crer.

SÓ FALTAVA O CARRO VELHO




Pronto Chica, sei o quanto é difícil pra ti guria deixar de me ler, e para deixares de pegar no meu pé (hahahahaha) estou voltando. Casa quase arrumada, eu digo quase arrumada, porque ando às voltas, ainda, com um carro velho que me pertence; ta certo que ele não é muito velho, mas comporta-se como tal, falta de manutenção o mais provável.


Só sei que nunca funciona quando mais preciso dele, também, um dia esqueço de colocar gasolina; outro dia a bateria está arriada, o mecânico da esquina já falou que o amortecedor precisa trocar, a caixa de direção tá com folga, a caixa de marcha nega a segunda e pula pra terceira; o freio tá desregulado e que logo, logo ele vai bater o motor (nunca lembro de completar o óleo ou fazer a troca).


Sem contar que a sinaleira só acende o lado esquerdo e que dia de chuva é impossível dirigir, o limpador de pára-brisa não funciona e você não enxerga um palmo à frente do nariz, tem que deixar a janela aberta para espiar o movimento, ai a chuva te molha toda e para completar ontem arrobaram a porta dele e levaram o DVD com o CD de Lionel Richie, onde ele canta Helo.


Ai desesperei e o Lionel não saia da minha cabeça cantando Hello! E suas palavras soavam aos meus ouvidos... Is it me you’re loking for? / I can see it in your... Então, sabe o que fiz? Sai chutando todos os seus pneus, quando descobri que o do lado direito da frente estava baixo. Antes que o meu coração explodisse, soltei um palavrão, peguei um papel e escrevi: GOSTOU DELE? ENTÃO LEVE PRA VOCÊ, A CHAVE TÁ NA IGNIÇÃO, TENTE LIGAR E SE PEGAR É TODO SEU.


E preguei no para-brisa de trás. Feito isto, sai à procura de um taxi, deixando o meu último problema no estacionamento do supermercado.


PS: HELLO! AH, não é nada disso! Mas é que não consigo esquecer o Hello! do Lionel) Eu só queria Confessar com este PS, que o tema “Carro Velho” me foi sugerido, aceitei e tai no que deu.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

VAMOS FALAR SOBRE ECOLOGIA?



Depois que alguém me contou que viu um cego escrevendo uma carta, ditada por um mudo e tendo um surdo escutando atrás da porta, eu não me admiro de mais nada . E sabe de uma coisa? Eu vou é dar viva para Barack Obama,(por quê???) pois na terra que não tem líder se faz festa para o líder dos outros.Líder à parte.


Tratemos hoje de um assunto que está em voga: ECOLOGIA – não que eu seja versada em tal, isto porque, consultando a minha vida pregressa cheguei a conclusão que não tenho autoridade nenhuma sobre isso , logo eu que quando criança vibrava com as queimadas que o meu pai promovia para replantar a cana; jogava pedras nas lagartixas; roubava ovos nos ninhos das rolinhas; fazia careta pra sagüim; poluía o rio do engenho Manimbu com o meu xixi; espalhava farinha de mandioca nas suas águas para pegar piabas e ainda por cima cometia o crime inafiançável de me entreter roendo umas perninhas de arribação.


Deixemos-me de lado e vamos falar sério. Nós sabemos – sem demonstrar muito repúdio à quebra de nossa soberania - que vez por outra líderes ecologistas do Primeiro Mundo se reúnem para “decidirem” sobre o destino da Amazônia.


Sim, da nossa Amazônia, que já sofreu outras investidas, conforme li, faz tempo, num artigo do poeta e escritor Gerardo Mello Mourão, investidas essas, deveras interessantes, senão vejamos: quando Hitler reivindicava espaço territorial reclamado pelo povo alemão, os senhores Chamberlian e Daladier, chefes de governo da Inglaterra e da França ofereceram de cara ao fuehrer a Amazônia brasileira.


Proposta não aceita porque segundo Hitler, os Estados Unidos possivelmente não concordariam com uma ocupação alemã em território brasileiro. Quando lhe foi assegurado, que a proposta tinha o aval de Washington. A Hitler só interessava a continuidade territorial do continente europeu. Por isso escapamos.


De outra feita, enrolados na bandeira ecológica , la vêem de novo os países ricos numa investida contra a Amazônia, responsabilizando-a de ser o pulmão do mundo e defensora do planeta contra os buracos na camada de ozônio, por conseguinte, sapecaram um manifesto lá em Estocolmo proclamando a intangibilidade da floresta amazônica.


Gilberto Mestrinho, quando governador do Amazonas era um defensor ferrenho da “parte que lhe cabia nesse latifúndio” e que, na condição de cobra criada não engolia sapo e nem deixava que os jacarés triturassem a sua gente, que era a sua preocupação maior , mandou espalhar por lá outdoors onde se via estampadas figuras de homens, mulheres e crianças, num apelo para que esses animais em processo de extinção também fossem preservados.Mas, o que existe de verdade por trás dessa febre ecológica que assola o Primeiro Mundo, pondo na floresta amazônica a responsabilidade do oxigênio da humanidade?


Dizem os entendidos, que retiramos das águas oceânicas mais de 95% do oxigênio que respiramos e, se toda floresta amazônica for derrubada, os prejuízos ecológicos representarão menos de 0,2% dos danos causados pelas emissões de dióxido de carbono da indústria dos Estados Unidos.


Olha, não sou quem afirma, mas tem gente ai dizendo que essa paranóia ecológica com relação a Amazônia não passa de uma impostura e uma conspiração dos países ricos, que querem impedir o desenvolvimento do Brasil, é tão somente para que não haja exploração da prodigiosa riqueza mineral e vegetal da Amazônia e paralisar a expansão econômica.


Em síntese: não nos querem ricos nem poderosos, preferem que continuemos disputando os ossos do banquete deles primeiro-mundistas. SERÁ...?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

QUANDO AS APARÊNCIAS ENGANAM




“Vóis sois deuses”.(Jesus Cristo)


Quem de nós já não foi traído pelas aparências? Acho que todos nós... Andei pela “terra de ninguém” em busca de subsídio para escrever esta crônica. Encontrei aos montes, alguns exemplos:PRIMEIRA APARÊNCIA ENGANOSA.


Foi o caso de Susan Boyle, que semana passada emocionou o mundo quando apresentou-se no show do Britains’s Got Talent , na Inglaterra. A candidata de 47 anos, dona de casa, desempregada e longe dos padrões de beleza exigidos hoje em dia foi recebida no palco pelos jurados e pelo auditório com risos, haja vista possuir as características perfeitas daqueles tipos que as pessoas gostam de rir e sacanear.

Acontece que a Susan é dona de uma voz mágica e quando começou a cantar “I Dreamed a Dream” (Les Miserables), deixou todo mundo pasmo, dos jurados ao auditório e no final foi aplaudida de pé.SEGUNDA APARÊNCIA ENGANOSA.


Aconteceu num orfanato, uma criança sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitadas pelas outras, inclusive pelos professores e que vivia lá sem carinho, sem afeto, sem esperança, sua única companheira era a solidão. O Diretor do orfanato aguardava ansioso por uma desculpa para livrar-se dela. Um dia aconteceu uma. A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era proibido e disse que ela acabara de esconder um papel numa árvore. E lá se foi o Diretor e o seu assistente tirar essa historia a limpo.


De fato encontraram a tal mensagem e nela , para desapontamento e remorso do Diretor estava escrito num pedaço de papel amassado o seguinte: “ A qualquer pessoa que encontrar este papel; eu gosto de você”. A conclusão que chegou o senhor Diretor é que a menina era menos má do que ele próprio.Pois é, costumamos julgar as pessoas pelas aparências, embora saibamos que estas são enganadoras. “O que é pior, se essas aparências não nos agradam, marcamos a pessoa e nos prevenimos contra toda e qualquer atitude, mesmo que essas sejam julgadas tão somente pelas aparências.


Tem uma oração antiga dos índios Sioux, que pede a Deus auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter andado sete dias com as suas sandálias. Isto é explicado como querendo dizer que, antes de criticar, julgar e condenar uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e entender os seus sentimentos mais profundos.


Aqueles que talvez ela queira esconder de si mesma, para proteger-se dos sofrimentos que a sua lembrança lhe causaria.


O final fica com Elias Regina que deixou pra nós “As Aparências Enganam” da autoria de Sérgio Natureza/Tunai : “As aparências enganam/ Aos que odeiam e amam / porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões / os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague .....

segunda-feira, 20 de abril de 2009

É BOM PENSAR NISSO



E lá vamos nós encontrar a síntese na qual os opostos e as contradições se encontram e se unem. Isto é Filosofia. Isto é o pensamento de Bruno, o jovem italiano (1548-1600), que era rico em idéias e primeiro que tudo a idéia mestra de unidade: toda realidade é única em substância, única em causa, única em origem.


E por conta de suas dúvidas e pesquisas foi condenado pela Inquisição a ser morto “tão piedosamente quanto possível e sem derramamento de sangue” – isto é, a ser queimado vivo. Este jovem filósofo foi um dos que influenciou Baruch de Espinosa, o maior judeu e maior filósofo dos tempos modernos , que também sofreu influência de Descartes, pai da tradição subjetiva e idealista e que acreditava que a mente se conhece a si própria, mas próxima e diretamente do que pode conhecer qualquer outra coisa; de que ela conhece o “mundo exterior” apenas através da impressão dos sentidos e da percepção e por conseguinte toda filosofia tem de começar pela mente e pelo individuo e expressar seu primeiro argumento em três palavras: “ Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum) .


De Espinosa gostaria de falar a respeito do aperfeiçoamento do intelecto e o farei com as suas próprias palavras: “ após ter a experiência me ensinado que todas as coisas que acontecem frequentemente na vida comum são vãs e fúteis e quando vi que todas as coisas de que eu tinha receio, e que os outros receavam de mim nada tinham de bom ou de mau em si mesmas, a não ser no que afetavam a mente, decidi procurar saber se existia algo que fosse realmente bom e capaz de transmitir essa bondade que afetasse a mente a ponto de serem excluídas delas todas as outras coisas.


Decidi investigar se poderia descobrir e alcançar a faculdade de desfrutar através da eternidade, de uma felicidade suprema continua... Via as muitas vantagens que advém das honrarias e riquezas e entendi que ficaria impedido de adquiri-las se desejasse seriamente dedicar-me à investigação desse novo problema... Mas quanto mais se possui uma das duas coisas, maior é o prazer e consequentemente mais se é estimulado a aumentá-las.


Da mesma forma, se em qualquer ocasião nossa esperança é frustrada, apossa-se de nós grande sofrimento. A fama tem também o grande inconveniente de que, se a procuramos, temos que dirigir nossas vidas de modo a agradar aos homens, evitando aquilo que lhes desagrada e buscando o que lhes é agradável... Mas o amor por um bem eterno e infinito, por si só alimenta a mente com um prazer a salvo de qualquer dor... O maior bem é o conhecimento da união que a mente tem com a natureza total.


Quanto maior é o conhecimento da mente, melhor ela compreende sua força e ordem da natureza. Quanto melhor ela compreender sua força e poder, mais capaz será de se dirigir e de estabelecer leis para si mesma; e quanto melhor compreender a ordem da natureza, mais facilmente poderá libertar-se das coisas inúteis; é esse o método”.


É bom pensar nisso...


Fonte: A Filosofia de Espinosa (Os Grandes Filósofos)

domingo, 19 de abril de 2009

DA ARTE DE VENCER





Sério, vou dá um pulinho ali em Atenas, vai haver uma importante reunião da Eclésia, marcada por Péricles e talvez encontre por lá Ariosto, Crisipo e até Alexandre , o Grande; preciso falar com essa gente a respeito do ato de VENCER.


Li em Montaigne alguns conceitos dos senhores citados neste sentido e que me deixaram curiosa e deveras interessada em confabular com tão insignes figuras a respeito de tal.


De Ariosto li que “É sempre glorioso vencer, deva-se a vitória ao acaso ou ao engenho”.


Contudo, isso não é coisa que se diga, tenho certeza que muito de nós não concorda com o Ariosto, Crisipo também não concordou com esta afirmação e retrucou: “Quem toma parte em uma corrida deve em verdade empregar todas as forças para ganhar, mas não lhe é permitido agarrar o competidor ou passar-lhe uma rasteira".


Já Alexandre , o Grande, foi magnânimo quando respondeu a Poliperconte – que o instava a valer-se da escuridão da noite para atacar Dario: “Não me parece digno roubar vitórias – Prefiro queixar-me da sorte a envergonhar-me da vitória”.


A propósito, a respeito da reunião da Eclésia, recebi um e-mail de Péricles falando da impossibilidade do meu comparecimento a tal reunião: é vedado o comparecimento de mulheres, embora ele mesmo reconheça que é invocada a proteção de uma, Atenas, a deusa da sabedoria e protetora da cidade e em nome dela será lançado o anátema contra qualquer homem que queira enganar o povo.


A guisa de esclarecimento vos digo, que essa reunião tratará do projeto de lei da bule ou da beliê, que é uma espécie de conselho de Estado encarregado de preparar as leis e fiscalizar a sua execução.


Agora, quem estava preocupado com o sucesso da reunião era Aristóteles, acreditava ele que não seria concorrida, o que inviabilizaria a forma democrática de proceder, culpa dos atenienses despreocupados como eram, não estavam dando muita importância ao evento, preferindo gastar o tempo nas praças e bares da cidade a dar e ouvir notícias e nada mais.


Isto posto, viagem desmarcada, esquecer Atenas e seguir o rumo de Tabatinga, lá eu sou amiga do rei, “aqui não sou feliz / Lá a existência é uma aventura” (...)


( Vou embora pra Pasárgada –Manuel Bandeira)

ÀS FAVAS TODO O MEU PALAVRATÓRIO E OS BONS MODOS



Às favas todo o meu palavrório, pois nele nem eu acredito mais, eu só queria uma noite de paz, sem tristezas, sem lembranças, sem saudades, sem ilusões, sem lamúrias; queria mesmo era correr atrás de Arnaldo Antunes e Zizi Possi e fazer coro com eles quando cantam:


"...que não tenho paciência para televisão; que cansei de ser audiência para a solidão, que agora sou de todo mundo e todo mundo é meu também e que estou te querendo como te quero / to te querendo do jeito que te quero / to te querendo do jeito que você é/ to te querendo/ to te querendo" .


Queria que baixasse em mim o espírito de Manuel Maria Du Bocage a quem se atribui um anedotário cabeludo e eu aqui chegasse e mandasse ver uma “impudicícia” qualquer.


Queria dizer um montão de besteira inconseqüente, sem nexo.


Queria pintar o meu cabelo de verde pra chamar atenção. Queria falar alto, gesticular, dizer alguns palavrões, xingar a mãe de alguém, bater a porta, cuspir no chão, limpar a boca com a manga da blusa, palitar os dentes. Queria beber cerveja e arrotar; Queria dizer que cansei.


Cansei de bons modos, cansei de mim. Cansei de correr atrás. Cansei de dizer olhe pra mim, me atropele Queria rezar um Pai Nosso, uma Salve Rainha, o Credo depois me benzer e dizer Amém.


Para dormir e nem sei se quero acordar.

A CHUVA QUE SABIA DEMAIS - LÁ FORA ,NEGRA ERA A NOITE



A noite estava se indo, encerrei a leitura de “O Pálido Olho Azul” um thriller de Louis Bayard e fiquei quieta na minha cama, ouvindo o barulho dos trovões, ao mesmo tempo em que observava através da janel envidraçada do meu quarto, os rasgos de luz que cortavam o céu em ziguezague; levantei e me dirigi até a janela com o intuito de cerrar as pesadas cortinas, mas não o fiz de pronto, encostei o meu rosto na vidraça embaçada e assim permaneci.


Lá fora, negra era a noite; lembrei que, pelo calendário, a lua cheia deveria brilhar no céu. Abatida irritante dos pingos d’água na vidraça me fez afastar o rosto,mas continuei presa à janela. Sim, já tinha vivido situações iguais a esta, tendo a chuva como parte do cenário e testemunha desses momentos.


Talvez, na condição de partícipe, eu pudesse até dizer, queela, a chuva, sabia demais...


Sabia que neste momento ao meu lado estava faltando alguém... E se a chuva fazia negra a noite e representava o choro da Natureza, as lágrimas dos meus olhos, que embaçados tal qual a vidraça da janela, representavam o choro sofrido pela ausência sentida do ser amado.


Sentia falta de sua presença, de seus braços cingindo a minha cintura, seu queixo forte pressionando o meu ombro, observando a chuva e o seu hálito quente explicando-me didaticamente o que ocorria para que houvesse a sonoridade dos trovões e a descarga elétrica chamada relâmpago, e eu rindo do seu didatismo, ao mesmo tempo em que me encolhia nos seus braços por conta das cócegas que sentia dos seus beijos na minha orelha...


Do seu jeito gracioso e meio moleque de sugerir fazer amor, apontando-me a cama, esta mesma cama para a qual estou voltando; agora vazia dele e onde me jogo sem a mínima vontade de trocar-me nem tampouco de dormir...


Lá fora a chuva continua e dentro de mim a velha angústia. E cá estamos:eu, a minha solidão e o poeta maior, para quem digo: Ah, meu poeta...Se ao menos eu endoidecesse de vez e não “deveras”...


Cerro os olhos,antes fechando mais um livro... Agora de Fernando Pessoa.


Boa noite, meu amor.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"ISTO AQUI NÃO É VIDA É UMA TEMPORADA ROUBADA"



Estou batucando o teclado faz tempo, tentando escrever alguma coisa alegre, mas acredito, nem que o ano fosse o de 1594, eu vivesse na Inglaterra, época de Shakespeare, e a Rainha Elizabeth exercesse de sua autoridade absoluta e ordenasse que eu escrevesse uma comédia para o Dia de Reis, eu não conseguiria, no máximo sairia uma tragicomédia, misturaria o real com o imaginário e com um pouco de graça, tentaria enrolar a Rainha, mesmo expondo o meu pescoço à forca.


Afinal, por que temeria eu a morte, se penso como Lady Viola o amor impossível de Shakespeare, que diante de suas vicissitudes amorosas, afirmou:“isto aqui não é vida é uma temporada roubada”.


Tem razão Lady Viola, esta coisa de amor impossível, incompreendido, não correspondido funciona como um pouco da morte, um grito preso na garganta, que sufoca e torna seca a de quem padecesse e para quem nunca são ditas as palavras que podem umedecê-la.


Um dia, e eu já nem lembro quando, devo ter passado por isso; encontrei entre os meus escritos um folha de papel amarelada, um poema que escrevi. Confesso, que quando reli, senti peninha de mim , embora já nem lembre mais de quem fui “vítima”. (coisas de tempos idos , vividos e esquecidos).


Por mais que procure entender

A tua razão de ser

Ruindo vão as tentativas

E insólita a vida se torna

Levada por uma sensação de vazio

Imposta por tua presença ausente

A mim só cabe indagar:

Importa saber disso amor?

NA AUSÊNCIA DO QUE SOU/ESTOU




Na ausência do que estou

Não procure me encontrar

Deixe que eu me perca

Se nem eu quero me achar?

O QUE ME AFLIGE HOJE SE TRANSFORME NO ONTEM




Se você me perguntasse por que eu escrevo, recorreria à Clarisse Lispector para lhe responder: "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada...Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas.

A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."


Concordo com a Clarisse e parto para o intimismo. Sempre que me vejo supostamente envolvida em conflitos, me entrego às lucubrações de caráter existencial, e por ser uma crítica severa de mim própria, sempre descambo para uma auto-análise buscando no meu comportamento a coerência que deve prevalecer entre o pensar, sentir e agir. E por que o faço?


Talvez por medo. Medo de uma tal co-dependência, que a ciência explica como uma necessidade imperiosa em controlar coisas, pessoas, circunstâncias/comportamentos na expectativa de controlar suas próprias emoções.


Esse medo faz com que eu viva em constante vigilância, não quero me tornar uma co-dependente, nem tampouco refém das ações que formam sua síndrome e que consistem em baixa-estima, dificuldade de colocação de limites; dificuldade em reconhecer e assumir a própria realidade; dificuldade de expressar suas emoções de forma moderada, mesmo que se sinta ligada a outrem por amor, dever e obrigação.


E assim, na esperança de que, o que me aflige hoje, se transforme no ontem, fico por aqui na expectativa de continuar mantendo a minha independência e ser sempre eu mesma.

terça-feira, 14 de abril de 2009

"A DECADÊNCIA DO RISO"





Este título não foi criado por mim, tomei por empréstimo a Eça de Queiroz, que escreveu no ano de 1891, na Gazeta de Notícias, um texto como Pensamento/Reflexão, onde ele declara: “o riso acabou porque a humanidade entristeceu.


No campo pessoal eu não diria: “a humanidade entristeceu”, mas sim: eu é que estou triste. Por que penso e complico a minha existência e me deixo levar pelo EGO? (consciência inferior) ao invés do EU? (consciência superior).


Só espero que nessa dança do EU/EGO/SUPEREGO/ID, o meu EGO não queira satisfazer o ID à revelia do SUPEREGO pois assim agindo me levará ao desespero e se eu não me submeter ao mundo serei destruída por ele.


Doutor Jung, que me ajude. Mas, diante dos meus “dissabores”, como posso “por ventura cada amanhã, afrontar o Sol com uma singela alegria?” Eça diz que não pode e explica: Entre eu e o Sol está o negro cuidado que me estende uma sombra na face, me mata nela, como a sombra sempre faz às flores, a flor de todo o riso.


Não, eu não poderia encerrar este texto sem explicar com palavras de Eça, o porquê, de vez por outra, me ver acometida de “surtos de tristeza”, que acredito ser, simplesmente, porque sou um ser que pensa e constantemente, pelo fatalismo da educação crítica, busco a realidade através das aparências, tais como as que se seguem: Sobre o céu?


No céu só vejo uma complicada combinação de gases.


Sobre a alma? Na alma só descobri uma grosseira função de órgãos.


Sobre a lágrima? Na lágrima só uma porção de fosfato de cal.


E diante de dois olhos resplandecentes de amor? Só penso nos dois buracos da caveira que estão por trás,de todo o sacrifício heróico?


Imagino logo um motivo egoísta,Por que caminho? Não sei, se a cada passo perco um sonho.


Sabes para onde vás? Não, não sei para onde vou, nem tampouco sei quem sou


Por isso e por muito mais NÃO POSSO SER SENÃO UMA TRISTE! Porca miséria! Quanta lamúria! Ô Maria Olímpia, ( a rede está te esperando) você que entende das coisas, diz ai se estou enveredando pela linha “trash” ou seguindo as pegadas de Augusto dos Anjos, de quem publico o soneto que se segue :

ETERNA MÁGOA

O homem por sobre quem caiu a praga

Da tristeza do Mundo, o homem que é triste

Para todos os séculos existe

E nunca mais o seu pesar se apaga!


Não crê em nada, pois, nada há que traga

Consolo á Mágoa, a que só ele assiste.

Quer resistir, e quanto mais resiste

Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.


Sabe que sofre, mas o que não sabe

E que essa mágoa infinda assim, não cabe

Na sua vida, é que essa mágoa infinda


Transpõe a vida do seu corpo inerme;

E quando esse homem se transforma em verme

É essa mágoa que o acompanha ainda!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"NÃO TENS QUEM TE FAÇA TEU ELOGIO? ELOGIA-TE A TI MESMO"



Ontem, que foi domingo, andei vagando a esmo pela beira da praia até cansar; depois sentei e fiquei observando o vai-e-vem das ondas... Dei uma olhadinha pra dentro de mim e indaguei: hei, dona Zélia, diz ai como te sentes. E dona Zélia, de olhar perdido na imensidão do mar, versejou: “Ando tão calada quanto desassossegada” Hum... Hum...


Diga ao menos o nome do autor do verso. Desconheço. Tudo bem, tudo bem. Neste ponto incorporei dona Zélia e rabisquei qualquer coisa na areia, que logo apaguei com a sandália. Pelo escrito percebi da necessidade de diminuir o tamanho da minha memória.


Daí, passei a observar um caraguejinho, conhecido por estas bandas como “maria-farinha”, que andava rápido e tentava se esconder enfiando-se na areia. Seria de mim que fugia?- pensei - Mas eu não fiz nada com ele! - também pensei - Se bem que, para ser sincera, até tentei cutucá-lo com um graveto, depois me arrependi e achei melhor deixá-lo em paz .


Afinal, teria suas razões pra não falar comigo, nem me conhecia direito! Vai ver, que me tinha como uma predadora da fauna, uma ameaça à sua segurança, um verdadeiro monstro, olha só o meu tamanho e o tamanhinho dele. Mas ai eu cismo...


Será que não passou pelo seu casquinho que os seus olhos pequeninos e apertadinhos poderiam não estar me enxergando bem? Ora pois! Eu, que tenho dificuldade de matar até uma barata , de tão boazinha que sou! E aqui, data vênia, cabe de Erasmo de Rotterdam , a seguinte máxima: “Não tens que faça teu elogio? Elogia-te a ti mesmo”. (Elogio da Loucura).


Ah! Sobre o mar, nada direi? Valeria a pena? Claro que valeria a pena! “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e a minha não é; só que não pretendo “passar além do Bojador”, pois pra isso tenho “que passar além da dor” e de dor já basta! Só acrescentarei que, se “Deus ao mar o perigo e o abismo deu,/ Mas nele é que espelhou o céu” (Poema Mar Português – Fernando Pessoa)


Sabe..., vou ficar aqui, espiando céu e mar sem nada falar ( de olho no caranguejinho esperando que ele saia da toca e eu possa fazer um gesto de paz e amor pra ele. Depois aceno com um adeus e vou embora sem olhar pra trás... Afinal, um caranguejinho, é um caranguejinho, é um caranguejinho e a praia é o seu pedaço).

quarta-feira, 8 de abril de 2009

UMA VOZ QUE PRECISA APRENDER A CALAR



"Ah! Quem me dera este Outono que me invadeSutil e silenciosamente me translade para outas plagas onde eu possa adormecer" (Feridas de Outono- Milla Pereira)


A voz que precisa aprender a calar é a minha, eu a dona dela nem sempre consigo sufocá-la e me perco na existência dos meus pensamentos que, sem domínio, teimam em tornar público o concreto que me exaspera , quando na realidade viveria melhor no abstrato mudo onde a representação figurativa não transcende as aparências exteriores da realidade.


Já que clamo pelo silêncio deveria exigir da minha condição existencial o distanciamento da realidade e me firmar nas indagações filosóficas, a começar pensando como Platão e Descartes: não aceitando nada como verdadeiro até a confirmação própria como tal, para isso usando a razão, já que nada garante que os nossos sentidos são confiáveis.


E por que tenho que recorrer a razão? Porque já não sei distinguir o sonho da realidade e não sei onde buscar o marco capaz de tornar clara a diferença entre o estado acordado e o sonho.


Se sonho, acredito real o que vivo, só que o meu “real” só existe na minha imaginação, que embora não exista de fato, só penso.Contraditória...


Mas quem não é...?

terça-feira, 7 de abril de 2009

VIU O QUE VOCÊ FEZ?



Abri o peito, gritei e você não me ouviu; estendi a mão e você não segurou, implorei e você silenciou.


Fiz tudo isso e diante do teu silêncio me vejo aqui agora conivente com a minha própria destruição e tão infeliz quanto Petrarca diante da morte de Laura. Queres que eu diga versos dele, queres? Morte levou o meu duplo tesouro / A causa meu contentamento / E consolar não pode o meu tormento / Nem gema oriental, nem terra ou ouro. / Por ser consentimento do destino , / Perde-se em mágoa a triste alma minha /Choram meus olhos e o meu vulto (...) Achas pouco?


Queres que eu cante Hino ao Amor de Piaf, queres? Até onde me conduzirá esta tristeza? Até ao fundo do poço? Por acaso encontrarei por lá um novo amanhecer? Como, se teu espectro me persegue? Como farei para me livrar de ti? Por que você entrou em mim e saiu sem me pedir licença?


Não entendes que sem o teu amor eu não posso viver? Está vendo só como eu fiquei? Não se morre assim atoa! Por que tu não entendes isso de uma vez por todas e volta pra mim?! Tantas perguntas e nenhuma resposta!


Tem Deus que manda ai em cima, tem? Se tiver pede as contas e desce, por favor, te peço, volta pra mim...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

SENTI A MESMA SENSAÇÃO




Desliguei o computador e sai do escritório pisando forte , chutando a primeira almofada que encontrei à minha frente - primeiro sinal de que eu não estava nada bem – andei alguns passos até atingir a escada que me leva aos quartos da casa.


À medida que comecei a subir , cada degrau que eu alcançava me sentia menor. Segui pelo corredor, ultrapassei a saleta de televisão, para finalmente chegar ao meu quarto. Entrei, fechei a porta, olhei para minha cama encostada na parede, fui até o seu espelho, empurrei e sem me dá conta do ridículo, atrás dela sentei-me para ouvir de mim uma vozinha que dizia: “daqui nunca mais eu saio, deixe que me procurem”.


Esta era a minha reação quando criança, sempre que me via contrariada. Agora, adulta, uma vez contrariada, quis ter a mesma reação. E lá estava eu, sentada no chão, encostada na parece fria, na penumbra do quarto, só que desta vez eu não contava os dedos das mãos e dos pés de trás pra frente e de frente pra trás, tinha em mãos um brinquedinho: o celular e comecei a me entreter com o que me oferecia a maquininha.


Assim, o tempo foi passando e pouco a pouco fui esquecendo o porquê da minha contrariedade, tal qual quando criança... E de repente me dei conta de tão crescida era, que fisicamente nada mais restava da criança, tinha mudado muito, mas a minha essência permanecia a mesma, eu me revelei a Zélia pequena, cuja raiva não ia além dos cinco minutos. Levantei-me com a certeza de ter sentido a mesma sensação.


Lembrando que, enquanto a Zélia pequena procurava o papai ou a mamãe e voltava às suas brincadeiras favoritas , hoje, a Zélia grande volta para o seu “brinquedo,” também favorito, que tem a capacidade de transportá-la mundo a fora e torná-la perto das pessoas, que além dos seus, aprendeu a amar...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

DANE-SE




Alguma vez na sua vida você pôs a educação de lado e virou-se para alguém que vem abusando de sua paciência e disse alto e bom som: DANE-SE!!!? Se não disse precisa dizer, que sensação de alivio provoca esse desabafo!


Você é dos que acredita que existe um limite pra tudo; que tudo cansa na vida; são promessas que não se cumprem; tempo que engana; passos que não se alcançam; “ fatos que desarrumam nossos dias já desarrumados”. E tudo por quê? Por conta dos ciclos que temos que passar ao longo da vida com todos os atropelos ligados a religião, relação amorosa, trabalho, insensibilidade, brutalidade, enfim, o “escambau” , droga! Droga! Sabe o que mais?


O tal do DANE-SE tem lá a sua importância na filosofia, vejamos o que diz o filósofo e estudioso de Epicuro , professor Wilson Correia: ele afirma que de acordo com o tetraphamakon epicurista, a saúde mental de uma pessoa está diretamente ligada à quantidade de “ DANE-SE” que ela é capaz de dizer em meio a ciclos e processos que, de outra forma, poderiam causar preocupação e todo tipo de desgaste pessoal.


Não se trata de irresponsabilidade mas de certa maturidade. E que esse “ DANE-SE” é o outro nome da serenidade ataráxica da fala de Epicuro. Se assim é, em nome do prazer natural possível que aplaca os desejos e dá felicidade o melhor mesmo é “não estar nem ai” para certas coisas, fatos e pessoas, sobretudo para os seres humanos que teimam em não agir como gente digna de si mesmos e daqueles que os cercam.


Para estes, que SE DANEM, e que vá estudar e entender Epicuro .