quinta-feira, 16 de abril de 2009

"ISTO AQUI NÃO É VIDA É UMA TEMPORADA ROUBADA"



Estou batucando o teclado faz tempo, tentando escrever alguma coisa alegre, mas acredito, nem que o ano fosse o de 1594, eu vivesse na Inglaterra, época de Shakespeare, e a Rainha Elizabeth exercesse de sua autoridade absoluta e ordenasse que eu escrevesse uma comédia para o Dia de Reis, eu não conseguiria, no máximo sairia uma tragicomédia, misturaria o real com o imaginário e com um pouco de graça, tentaria enrolar a Rainha, mesmo expondo o meu pescoço à forca.


Afinal, por que temeria eu a morte, se penso como Lady Viola o amor impossível de Shakespeare, que diante de suas vicissitudes amorosas, afirmou:“isto aqui não é vida é uma temporada roubada”.


Tem razão Lady Viola, esta coisa de amor impossível, incompreendido, não correspondido funciona como um pouco da morte, um grito preso na garganta, que sufoca e torna seca a de quem padecesse e para quem nunca são ditas as palavras que podem umedecê-la.


Um dia, e eu já nem lembro quando, devo ter passado por isso; encontrei entre os meus escritos um folha de papel amarelada, um poema que escrevi. Confesso, que quando reli, senti peninha de mim , embora já nem lembre mais de quem fui “vítima”. (coisas de tempos idos , vividos e esquecidos).


Por mais que procure entender

A tua razão de ser

Ruindo vão as tentativas

E insólita a vida se torna

Levada por uma sensação de vazio

Imposta por tua presença ausente

A mim só cabe indagar:

Importa saber disso amor?

4 comentários:

Anônimo disse...

Quem tem como oficio a escrita,muitas vezes não sabe explicar nem as próprias virgulas e interrogações.
maravilha de crônica
beijo

chica disse...

Mas mesmo temporada roubada, te deu oportunidade de escrever tão lindo! Um beijo e tudo de bom,chica(Ajuda a Yasmine a colocar Seguidores)

Bruno de matos disse...

Quem nunca passou por isso hein?Meo Deos!Ha bem pouco tempo estava eu com os cotovelos por sobre a mesa...
Maravilhoso1Escreves muito bem frô.
abração
Até a próxima postagem

Ivan Júnior disse...

Belo texto Dona Zélia,

Deve ter passado por isso e já nem se lembra.

É a vida...

Como cantou Sérgio Sampaio:
"Não adianta/ não adianta nada ver a banda/ tocando "A Banda" em frente da varanda/ não adianta o mar/ e nem a sua dor.
Não adianta/ não adianta o que não adianta/ não é preciso o que não é preciso/ então pra quê chorar? . . .