quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

NA MINHA JANELA UM PÁSSARO

A imagem “http://www.guabi.com.br/pet/passaros/img/passaros.jpg” contém erros e não pode ser exibida.


NA MINHA JANELA
UM PÁSSARO FERIDO
ARREDIO
AS MINHAS MÃOS
NÃO O TOCARAM
PERMITIU
QUE EU LHE FALASSE
NÃO SEI AO CERTO
SE ME OUVIA
SE ME ENTENDIA
SÓ SEI QUE PERMANECIA
NA MINHA JANELA
ORA CANTANTE
ORA SILENTE


NA MINHA JANELA
UM PÁSSARO
TESTANDO SUAS ASAS
E ASSIM COMO CHEGOU
ASSIM PARTIU
CURADO?
SEI NÃO...
SÓ SEI QUE VOÔ
DA MINHA JANELA VAZIA
O
VI SUMIR... SUMIR... SUMIR...
SÓ ME RESTOU
FECHAR A MINHA JANELA
E DEIXAR DE PENSAR
NO PÁSSARO

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

QUE PAÍS É O NOSSO?

RORAIMAAMAZONASPARÁAMAPÁMARANHÃOACRERONDÔNIAMATO GROSSOTOCANTINSPIAUÍCEARÁRIO GRANDE DO NORTEPARAÍBAPERNAMBUCOALAGOASSERGIPEBAHIAGOIÁSDISTRITO FEDERALMINAS GERAISESPÍRITO SANTORIO DE JANEIROMATO GROSSO DO SULSÃO PAULOPARANÁSANTA CATARINARIO GRANDE DO SUL



Que país é o nosso? Segundo Jorge Ben Jor, é um país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.

Que povo somos nós? De acordo com Chico Buarque, somos gente humilde

Que governos temos tido? Para usar uma expressão de Chávez,o quase ditador da Venezuela, que por sua vez disse ter repetido do escritor Garcia Márquez e EU os repito: GOVERNOS DE MIERDA.

Muito bem: palmas pra Ben Jor, a natureza não foi cruel conosco e não nos faltam recursos naturais; incompatíveis, portanto, com o nosso estado de pobreza e incompreensível diante de países destituídos de tais recursos como o Japão e a Suíça, considerados ricos e desenvolvidos.

Até onde nos leva a humildade que comove o Chico Buarque? A subserviência? A falta de atitude, conseqüência da não educação e cultura?

Por que governos de mierda? Porque não ensinaram aos seus governados os requisitos de cidadania, tornando-os párias, diferenciados das sociedades ditas civilizadas e desconhecedores das regras básicas que se seguem e que não foram criadas por mim, simplesmente as pesquei na Internet:

1 - A ÉTICA COMO PRINCÍPIO BÁSICO

2 - A INTEGRIDADE

3 – A RESPONSABILIDADE

4 – O RESPEITO ÀS LEIS E REGULAMENTOS

5 – O RESPEITO PELO DIREITO DOS DEMAIS CIDADÃOS

6 – O AMOR AO TRABALHO

7 – O ESFORÇO PELA POUPANÇA E PELO INVESTIMENTO

8 - O DESEJO DE SUPERAÇÃO

9 – A PONTUALIDADE

Foi o que aprendi e o SENHOR REI ordenou que eu passasse à frente

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI SOBRE RUBENS LEMOS

NOSSO HOMEM COMUNISTA






Esta crônica foi publicada no dia 18 de março de 1990, no jornal “Tribuna Tribuna do Norte (Natal RN) republicada, agora, neste blog, para que fique constando nos “anais do Google” um pouco de RUBENS LEMOS, “ O NOSSO HOMEM COMUNISTA”.

Lá se foi o “Cavaleiro da Esperança”... De repente a gente acorda e descobre que neste Brasil surpreendente, já se pode homenagear, elogiar, enaltecer e tornar herói um comunista, nem que seja depois de morto.

Sei não... mas considero um ato sem sentido essa coisa de homenagem póstuma, por conseguinte, já que temos aqui na terrinha o nosso homem comunista vivinho bulindo, a quem preciso prestar minha solidariedade, por seu espírito indomável e a sua capacidade de viver, sofrer e morrer por um ideal, aproveito o ensejo e faço a ele a apologia que se segue:

E eu que pensava que só cabia dentro de casa, noite dessas sai, conheci pessoas das quais muito já havia ouvido falar. Apresentações informais, roda feita, conversa,( no que aliás não sou muita afeita dizem até que gaguejo, razão provável da minha falta de expressão) e diante de mim pessoas. Para espanto meu, eram normais! Apesar de comunistas. Fixei primeiro a figura do homem, talvez, quem sabe... a procura de indícios que me levassem a constatar o que em criança me foi ensinado: eles os comunistas eram dados à prática canibalesca, devoravam criancinhas. Por mais inculcada que me tivesse sido tão malfadada idéia, desmoronou-se diante da figura bonachona, sociável, inteligente, culta e destituída de mágoas cabíveis pelo muito que sofreu o homem comunista. Quis saber mais sobre ele, não ouvi revanchismo, auto-piedade e para deleite meu, ouvi atenta o homem comunista, com a sua voz de narrador bem treinado, dizer poemas de amor feitos no exílio para a mulher amada. E, acreditem, ele ainda saber sorrir, apesar de, com esse gesto mostrar a ignomínia dos seus torturadores. E aquele sorriso que em outra boca seria feio, torna-se na boca do homem comunista a expressão comovente de um ser largo, que por sabe pensar viu-se execrado, arrebatado do seio da família e submetido as mais ultrajantes torturas, sem contudo, perder a dignidade nem a postura .

E a mulher que não era comunista e sim, a mulher do homem comunista? Para ela sobraram os sofrimentos que por terem sido tantos e tão fortes lhes deixaram as marcas do medo em cada esquina.

Minhas homenagens portanto, a você Isolda. A você Rubens Lemos, o nosso homem comunista que...







QUANDO HOUVE O TEMPO DE FALAR
SEM PALANQUE
SEM MANDATO
SEM IMUNIDADE
VOCÊ FALOU
QUANDO HOUVE O TEMPO DE CALAR
SEM MEDO VOCÊ GRITOU
QUANDO HOUVE O TEMPO DE PARTIR
VOCÊ PARTIU
QUANDO HOUVE O TEMPO DE VOLTAR
VOCÊ VOLTOU
QUANDO HOUVE O TEMPO DE SOFRER
PRISÕES
TORTURAS
HUMILHAÇÕES
VOCÊ SOFREU
QUANDO HOUVE O TEMPO DA LIBERDADE
A LIBERDADE FOI DADA
MAS NÃO O DIREITO DE COBRANÇA

SÓ ESPERO QUE A SUA VERDADE NÃO O SUFOQUE, MEU CAMARADA...


domingo, 9 de dezembro de 2007

SERÁ QUE VIVER É SOFRER?



Afirma Leopold Von Ranke (1795/1886), que os tempos felizes da humanidade são as folhas em branco no livro da História.

Teria razão o Leopold? Ou as coisas funcionam como imagina o escritor austríaco J.M. Simmel: anteontem passamos maus pedaços, ontem estivemos bem, hoje começamos a passar menos maravilhosamente bem. Mas, sem dúvida, tudo em breve estará em ordem de novo. O que lembra a história explicada por Kurt Tucholsky, que em 1930, escreveu o seguinte: O círculo da natureza: Meu pai tem um primo, cujo tio costumava dizer: Meu querido filho, neste mundo existem os vermes. Estes são comidos pelos sapos e os sapos pelas cegonhas. As cegonhas trazem as crianças e as crianças têm vermes. Assim se fecha o círculo da natureza.

Sem digressão a gente chega em Jorge Luiz Borges que aponta “ O Mundo Como Vontade e Representação” do filósofo alemão Schopenhauer (1788/1860), como o melhor mapa do Universo, onde no capítulo destinado a confirmação de que viver é sofrer nos deparamos com uma comunhão de pensamento entre Leopold e Schopenhauer. Diz este último: “ Agora que nos convencemos, de certo modo, a priori por meio das considerações mais gerais, como o estudo dos primeiros caracteres elementares da vida humana, de que esta, pelo próprio conjunto da sua disposição, é bem incapaz de encontrar a verdadeira felicidade e de que, por sua essência, não é senão sofrimento sob mil formas diversas, e estado absoluto da infelicidade, podemos, de igual, bem mais vivamente acordar em nós esta mesma convicção a posteriori, se, tomando em exame fatos reais, apresentarmos à mente os quadros ou os exemplos de desgraça sem nome que nos oferecem a experiência e a história, para onde quer que deitemos o olhar e dirijamos nossas pesquisas”.

Acrescenta ainda o filósofo: “ aonde, pois, Dante colheu o material para o seu Inferno senão em nosso mundo real? E fez, entretanto, um Inferno em perfeita regra! E quando quis, ao contrário, descrever o Paraíso e as suas bem-aventuranças encontrou dificuldades insuplantáveis, pela razão do que a nossa terra não fornece os elementos para coisa alguma de semelhante. Não lhe restou, portanto, outro expediente, além de descrever-nos, em lugar das alegrias do Paraíso, os ensinamentos que recebeu dos ancestrais de sua Beatriz e de vários santos. Isto demonstrou bastante que espécie de mundo é o nosso”.

E, comigo, persiste a dúvida: viver é sofrer? Será...?