domingo, 7 de novembro de 2010
NEM SEMPRE TRAFEGO POR VIAS TORTUOSAS
Amanheci hoje lembrando a poesia de Yasmine Lemos... “ Na tela, manchas de alegria e tristeza se misturam. Agonia / Euforia / Saudade / Melancolia . / Moldura de sentimentos / Eternizados na revelação. / ... no quadro. / O retrato de alguma alma / Que se procura / Que se perdeu.”
Estou aqui pensando... Eu sempre me imagino caminhando, subindo montanhas, atravessando pontes, sem rumo certo, por uma estrada sem fim, onde não se vislumbra alma viva... E nessa caminhada não deixo rastro, porque à proporção que caminho a estrada vai se extinguindo, é como se nada houvesse atrás de mim, sinto um desejo incontido de me perder.
Ah! Se gosto de me perder, por que me achar? De uma coisa eu tenho certeza, nessa caminhada do eu sozinha nem sempre trafego por vias tortuosas, tropeço em alegrias. E se tiver que entoar “um canto eu o entoarei, ainda que esteja sozinho numa casa vazia e tenha que cantá-lo para os meus próprios ouvidos” ( Nietzsche)
terça-feira, 2 de novembro de 2010
FALANDO SÉRIO
FALANDO SÉRIO
Li um artigo da jornalista Marli Gonçalves, onde ela reclama do vazio que vem tomando conta dela nos últimos dias e diz: “ Se pensamento pudesse ser visto nas ruas, as pessoas estariam andando com balãozinhos em branco em cima de suas cabeças”. E acrescenta mais: “Paira um sentimento de frustração misturado com ansiedade, falta total de previsibilidade ( ...). Sensação de estarmos andando para trás, falando as mesmas coisas, no mesmo horário, com as mesmas pessoas, nos mesmos lugares. Ou melhor, falando com as paredes”.
Falando sério, também estou sentindo este vazio chato e antes que alguma coisa ruim venha tentar tomar de assalto esse nosso espaço, vou procurar a minha turma: os Nefilim, já que somos descendentes dessa raça superior que habita o décimo segundo planeta conhecido como Marduk .Tal registro está na Biblia , segundo Zecharia Sitchin, no seu livro “ O 12º Planeta”, onde afirma que tais seres superiores já estavam na Terra por ocasião do Grande Dilúvio e que foram eles que engendraram o Homo sapiens através de avançadas técnicas de engenharia genética.
Só que eu esqueci se o Zecharia explicou da possibilidade desse planeta voltar a se aproximar da terra e o que acontecerá se tal acontecer. Contudo, com bem diz o nosso insigne deputado federal Tiririca: pior do que tá, não vai ficar. Mas, se para alguém interessar possa, vou pesquisar e depois eu digo .
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
ESTOU INDO VER O MAR DE TABATINGA
PONTO FINAL
ESTADO DE ROMANCE
NADA VIRÁ DO NADA
Já foi dito que Deus deu ao homem o dom da palavra para que ele possa esconder os seus próprios pensamentos.
Vem outro e diz: “ouve-me, ouve o silêncio, o que te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa!
Estas são palavras daqueles que já se foram, mas por serem fortes permanecem até hoje.
Neste momento, ao meu redor, um silêncio pesado. Meus olhos vagueiam por entre monstros sagrados enfileirados à minha frente.
E lá está Schopennhauer, que a mim tanto impressionaram os seus aforismos. Maquiavel, que a minha inteligência não alcançou os seus conselhos ao “Príncipe”, mas que me deleitou em “A Mandrágora”.
Vosmecê, Jean-Paul Satre, que o tradutor nos adverte em a “Idade Razão”, do emprego indiferente do “você” e o “tu” e das constantes repetições, coisas para as quais nem estavas aí.
Voltaire, que o Sérgio Milet afirma, já na sua época era acusado de plágio: “Voltaire, como todos os grandes escritores clássicos faz seus os bens que encontra”, valeu seiscentas e setenta páginas de histórias curtas que compõem “Zadig ou o Destino”. Nicolai Vassilievith Gogol, “Almas Mortas”, li vosso livro de um fôlego só, pena que não tenha final. “As Vinhas da Ira”...
Meu caro John Steinbeck: o vosso romance retrata o passado de um povo, que para nós, principalmente, nós nordestinos, ele é o nosso presente.
Aqui temos os nossos “bóias-frias”; lá a terra da promissão era a Califórnia, aqui é (era) São Paulo; os juros também são altos e os impostos idem; os Bancos tomam terras, sim senhor, em geral dos pequenos lavradores; os grandes latifundiários não plantam algodão como lá plantavam os seus, aqui é soja tipo exportação.
Aqui se mata por terra. Aqui se morre de fome, também.
Companheiros meus, em mim a necessidade de escrever, mas dentro de mim permanece o nada. “ Nothing will come of nothing. I cannot bring my heart into my mouth” ( Shakespeare através de sua personagem Cordélia, filha do King Lear)
Pedante as citações. Ah, Que o sejam! Mas, como diz a Cordélia, quisera eu trazer o meu coração até minha boca, contudo, bloqueiam-me sentimentos menores, fala mais alto um processo autodepreciativo, desconhecendo valores, se é que os tenha.
Falaria eu do quê? Às vezes eu comungo do mesmo pensamento atribuído ao filósofo grego Górgias de Leontino: “Nada existe. Mesmo se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-lo.
Concedido que algo existe e que podemos conhecer, não poderíamos comunicar aos outros.
É como disse um amigo meu: “você se esconde na ostra e ainda justifica. Simplesmente...anota”.
Sabe ele que : “Só merece nosso crédito aquele que discorrer sobre coisas de sua experiência”. (Hermann Hesse).
E, diante desses “Titãs,” desde a altura em que se encontram, se dignar um deles, alguma vez, dirigir um olhar para a minha humilde posição, saberá de que mísera maneira sofro o grande e constante rigor de nada saber. ( vai ver que eu li isto em algum livro..., lembrei! " "O Príncipe" de Maquiavel).
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
SOBRE O RISO - 1891 A 2009O QUE FOI QUE MUDOU?
ALÉM DO ARCO ÍRIS
ONTEM FOI OUTRO DIA.HOJE RESOLVI DESERTAR NO MUNDO
DEU CERTO COMIGO TENTE VOCÊ SE FOR O CASO
domingo, 20 de setembro de 2009
POESIA É UM ATO DE PAZ
Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.
(Alecksandr Pushkin)Gosto de poesia e comungo do mesmo pensamento de Pablo Neruda, que deixou dito que a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha.
Encantam-me a poesia lírica, que costuma retratar um momento emocional e também os poemas que expressam sentimentos que tocam a alma, como o amor.
Levi Trevisan afirma que a poesia é a mínima distância entre o sentimento e o papel.
É dito que a matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática.
Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.
Bem, fiando-me na liberalidade que é dada ao poeta, atrevo-me a deixar com você o poema que se segue:
QUE FIM MELANCÓLICO
(Zélia Maria Freire)
Que fim melancólico
Para o que se presumia
Ser um grande amor
Nem os meus braços
Encontram mais forças
Para estender-se
Perde-se no vazio
Parte de um corpo Cansado
Da minha boca
Já não se ouve um
Por favor me entenda
Fica comigo
Eu só queria compreender
O porquê deste quase inferno
Quando não mereço
E cá estou
Tão triste
Tão sozinha
Só com as minhas lembranças
E o que restou dela
Dói tanto...
Por que se resume
Numa
Cabeça sobre um colo
Que não é o meu
O CORVO E A CARTA
“Não sei o que houve entre nós. Não sei por que houve.. Deve ter passado uma infinidade de anos enquanto estávamos juntos. Imaginariamente. Depois veio o vazio, o caos, o tormento, esse vento cruel...
E para que se amar num tempo de agora? Um dia a gente pára e se vê que não seguiu nenhuma meta.
...
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
QUANDO REALIDAE? QUANDO FICÇÃO?
O quanto é difícil para o escritor mesmo dentro de um contexto ficcional desvincular a personagem não permitindo que ela se projete sobre a sua vida e interaja com o humano real que é.
SOBRE A TRISTEZA DO BICHO HOMEM - MAS TEM QUEM RIA
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009
POR UMA AMIGA
“De tanto ler a vida dos Outros... /
REJANE CHICA: A expressão é forte, mas já usei. Hoje, por você, por conta dessa figura que esqueceu de escrever as páginas vazias da vida e que tentou te magoar eu indago : Alguma vez na sua vida pôs a educação de lado e virou-se para alguém que vem abusando de sua paciência e disse alto e bom som: DANE-SE!!!?
Também indago: você é das que acredita que existe um limite pra tudo; que tudo cansa na vida; a injustiça, a intolerância, a incompreensão, a maldade a desconfiança ; além de promessas que não se cumprem; tempo que engana; passos que não se alcançam; “ fatos que desarrumam nossos dias já desarrumados”.
Sabe o que mais? O tal do DANE-SE tem lá a sua importância na filosofia.
Se assim é, minha querida amiga, em nome do prazer natural possível que aplaca os desejos e dá felicidade o melhor mesmo é “não estar nem ai” para certas coisas, fatos e pessoas, sobretudo para os seres humanos que teimam em não agir como gente digna de si mesmos e daqueles que os cercam.
SOBRE O BICHO HOMEM:ENQUANTO UM CHORA O OUTRO RI
E fomos nós ouvir Ovídio, que começou falando de uma personagem da mitologia lembrada por Cícero, chamada Niobé , que os poetas descreviam como “petrificada na dor”, tamanha a sobrecarga de desventura por ela recebida, perdeu seus sete filhos viu morrer as sete filhas.
Segundo Ovídio, esta é a forma do homem sentir e exprimir a sua dor, a sua tristeza.
E, como nada mais foi dito nem perguntado, deu-se por encerrada a palestra.
Saímos , eu e Montaigne por ai chutando pedrinhas, sem contudo deixarmos de pensar no bicho homem, pois em verdade, dizia meu companheiro, que este é de natureza muito pouco definida, estranhamente desigual e diverso.
...Para chegarmos à conclusão que assim são os homens, assim é a vida e sentenciar...