quinta-feira, 20 de agosto de 2009

NÃO SOU MISS DAISY ,MAS SEMPRE SOU CONDUZIDA




Não sou Miss Daisy, mas sempre sou conduzida.


Daí o meu quase grito de pare! Para quem me conduzia.


Uma visão paradisíaca, representada pela beleza de um fim de tarde de céu colorido era vislumbrada por mim da janela do carro.Feita a manobra devida, o carro foi estacionado e eu desci.


Do alto de uma falésia fiquei observando a imensidão do mar; estava de pé na beira de um verdadeiro precipício e confesso que fui invadida por uma sensação de liberdade, a vontade que tive foi de abrir os braços e voar...voar...voar...


Ao longe, alguns barcos com suas velas brancas pareciam à deriva e bem mais perto da margem os golfinhos em nado sincronizado .

Por um caminho íngreme desci até a praia e iniciei uma caminhada sem deixar rastro, pois as ondas se encarregavam de apagar. Lá em baixo me senti tão pequena, cercada de um lado por altas barreiras e por outro o mar sem fim.


Sim, a visão antes vista do alto era paradisíaca, mas toda a beleza viva que os meus olhos enxergaram se transformou em natureza morta diante do ser solitário e saudoso que me senti.

Passei então a questionar o meu sentir solidão/saudade.


Seria solidão estar só ou em meio de uma multidão e sentir falta de uma só pessoa?


Até onde o estar só me incomoda...? Incomoda-me de fato...?


Da análise do que sou não cabe solidão em mim.Não. Positivamente não sou só.


Tá bem, às vezes eu preciso me convencer disso.


Eu preciso me convencer que a falta de quem ainda amo não me passa mais tamsomente a sensação de solidão .


Eu só preciso me convencer de uma vez por todas que você morreu.


Ah, quanto a saudade é só esperar que ela se torne igual a espuma das ondas e se desmanche na areia.

... Fiz o caminho de volta e segui rumo a minha ilha da fantasia, o meu refúgio sem nenhum guerreiro. E cá estou sem solidão e nem saudades.


De costas para o passado.

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