terça-feira, 4 de agosto de 2009

NEM UM DIA SEM UMA LINHA



Em matéria de escrita estou pensando seriamente em me tornar um inseto pedante, e vou começar citando Deus em latim, já que ele não fala português e Ele disse: Ego sum qui sum, foram palavras dirigidas a Moíses e quer dizer “Eu sou o que sou”.


Eu também, Deus, sou o que sou. Nulla dies sine línea –“Nem um só dia sem uma linha”. Escrever é preciso, avia-te que já é tarde! O que direi? Dá-me um mote! Eis: “Buscas a felicidade e eu a desgraça”. Não. Não gosto do emprego da antítese .


Não seja por isso, eis um outro: “Morre-te um, foges, foge-te outro, morres”.Quem disse que eu sei usar o Epanodos? Oh, Deus! o sol já se esconde, o dia está se indo e ele terá que ter uma linha. A coleguinha cigarra já canta, saberá ela versos alexandrinos de Berney...?


Aqueles que dizem... Eu levo na retina / a ardente e deslumbrante imagem / deste amor que é mais forte que a morte. Falei de amor? Por quê? Inseto ama? Acho que não, são estúpidos.


O que fazem os insetos mosquitos, senão rodearem a lâmpada sem nunca conseguir alcançar o filete de luz que emana dela, onde acreditam estar a essência da vida deles.


Morrem queimados os coitadinhos.

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