“Levantei-me, encarei a decepção no rosto que já não sorria. Ofereci minha coragem nua . E agradeci por minha cura”(Yasmine Lemos)
Sim, agradeci por minha cura. No peito, a agulha de marear já não apontava para uma única direção e eu parti e naveguei em círculo em águas por mim conhecidas até ouvir o grito de terra à vista!
E eu deixei que a alegria tomasse conta de mim porque eu sabia que os braços do ser amado correriam abertos na minha direção e eu teria um colo onde descansar a cabeça tão conturbada, embora tivesse que baixá-la diante de uns olhos tristes e prescutadores, que lançariam sobre mim uma censura muda diante de um abandono não explicado.
Dizer voltei, seria pouco, mas o que mais poderia dizer diante de quem feri, por me deixar levar pelo canto da sereia? Acrescentaria alguma coisa dizer que voltei respingada de arrependimento, tristeza e desencanto, passageira de uma embarcação de casco avariado e velas rasgadas?...
E o que senti foi um suave gesto de mão entrelaçar os seus dedos entre os meus cabelos, significando o perdão não merecido mas suplicado. Acho que dormi para acordar entre braços como a querer me guardar e proteger.
Da sereia? Já não ouço mais o seu canto...
2 comentários:
Linda crônica,Zelia!Novidade isso,né?beijos,chica
Ô amiga, me ensine a ficar surdo também...
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