domingo, 14 de junho de 2009

A MINHA VERDADE, COMO LIDAR COM A SUA NÃO ACEITAÇÃO?



Gostaria de falar sobre a VERDADE, contudo, coisa fácil que não é; o próprio Jesus Cristo ficou calado quando Pilatos o inquiriu sobre o significado dela.Nos é ensinado, (relembrando o prof. Reimberto Schimitz) que o dogmatismo é a atitude de acreditar que o mundo que nos cerca em todos os seus aspectos, é exatamente como o percebemos.


A nossa praticidade é que nos conduz a tal atitude. Assim, no nosso cotidiano, julgamos os fatos bons ou ruins, verdadeiros ou falsos, segundo nossos interesses de forma direta sem questioná-los profundamente. Desta forma nossa atitude nos leva a crer que a nossa verdade ou nossas verdades são únicas e que a realidade das coisas é tal qual a percebemos.



E quando eu falo a minha verdade, no que acredito ser, como lidar com a sua não aceitação , quando sei que muitos guerrearam e morreram pela intransigência de não aceitar a verdade do outro?


Carlos Drummond de Andrade tem um poema onde ele demonstra várias concepções da verdade, vou transcrevê-lo, e cada um faça sua opção conforme o seu capricho:


VERDADE – A porta da verdade estava aberta / mas só deixava passar / meia pessoa cada vez / assim não era possível atingir toda a verdade / porque a meia pessoa que entrava / só trazia o perfil de meia verdade / e a sua segunda metade / voltava igualmente com meios perfis / e os meios perfis não coincidiam / arrebentaram a porta. Derrubaram a porta / chegaram ao lugar luminoso / onde a verdade esplendia seus fogos / era dividida em metades / diferentes uma da outra / chegou-se a discutir qual metade mais bela / nenhuma das duas era totalmente bela / e carecia optar. Cada um optou conforme / SEU CAPRICHO, SUA ILUSÃO, SUA MIOPIA.

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