quinta-feira, 4 de junho de 2009

E ELE...QUEM ERA MESMO? - ( À DERIVA)




Não. Não havia tranquilidade naquela caminhada, nem em mim nem tampouco nele, a sensação que eu tinha era de que formávamos um belo par de mudos estranhos caminhando lado a lado.


Sentia as minhas mãos crispadas e um desejo quase incontido de segurar aquela mão que roçava na minha, mas o dono dela não demonstrava esse mesmo desejo, pelo contrário, era como se pressentisse o meu gesto e o repelisse; pelo menos era no que eu acreditava..


Assim caminhávamos: apreensivos e inseguros. Aquele momento a sós não era nosso, era roubado, não pertencíamos um ao outro, logo, logo ele partiria. E eu o que faria depois de sua partida? O esqueceria? Afinal, nem nos conhecíamos! Nunca nos vimos antes!


Mas com certeza depois dessa aventura inconseqüente, inesperada, se eu seguir os meus impulsos, me tornarei nômade, transformarei a minha vida num barco e me jogarei mar afora à deriva, sem bússola e nenhum timoneiro.


Partirei em busca de outros mares. Que venham as tempestades, as calmarias, os icebergs. Não quero avistar nenhum farol pra me guiar; se o vento e as correntezas me arrastarem, pouco importa onde vá bater com os costados.


E ele... Quem era mesmo...?

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