domingo, 16 de agosto de 2009

O ESCRITOR NÃO É UM ENGANADOR




Vou ilustrar esta minha crônica com uma historinha: Conta-se que o pintor Apeles, tendo exposto um quadro, ocultou-se para ouvir as opiniões a seu respeito.


Um sapateiro criticou as sandálias e o pintor, de imediato, deu a devida explicação.


O sapateiro quis criticar o restante do quadro, foi então que Apeles o deteve, dizendo: “Não vá o sapateiro além do sapato”.


Para os “sapateiros” que gostam de ir além do sapato, vamos tratar didaticamente do conceito de literatura, mais precisamente do escritor, com a ajuda de Heitor Megale e Marilena Matsuoka O que faz o escritor?


Ele trabalha as palavras, combinando-as, emprestando-lhes, muitas vezes, novos significados, explorando a sonoridade dos vocábulos, o escritor cria uma realidade própria através da imaginação.


Por vezes essa realidade criada nos atinge mais diretamente do que o concreto do dia-a-dia, a vivência real de um conflito.


Daí, teremos assim que a Literatura é a invenção, a criação de uma realidade imaginária por meio de uma elaboração estética do texto.


Observando a realidade, o artista cria uma realidade imaginária, a ficção, conforme sua vivência, sua interpretação da vida, seu talento e sua sensibilidade.


O escritor capta um momento da vida e, não contente de vivê-lo, procura expressá-lo, através de uma linguagem pessoal, para comunicá-lo a outrem.


O escritor não é um enganador, ele cria a sua verdade produto de uma imaginação privilegiada, cabe ao leitor (ou não) a sensibilidade de se deixar envolver pelo conteúdo, pelas idéias que o autor procura transmitir, devendo haver ( ou não) uma comunhão de sentimentos .


Discordar sim, mas que haja elegância no ato. Sim, o escritor merece respeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto hein?! maravilhoso.Você resumiu tanta verdade...
adorei
beijo grande