quarta-feira, 29 de julho de 2009

SEM LAUDATIVO NEM PEJORATIVO









Enquanto vou para o terreiro de casa, sentar na pedra, por a mão no queixo e passar os olhos no “O Tamanho do Crime” de Igor Gielow na Folha e procurar entender qual o limite da insensibilidade do nariz lulista às emanações do esquema que está sustentando para salvar José Sarney e se conclusão nenhuma chegar, vou pensar direitinho no que o Igor diz...

Pensar sobre o que os outros dizem... Taí um exerciciozinho pra lá de complicado! Hoje em dia tudo é uma questão de semântica: a palavra dita trasladada no tempo e no espaço quando ecoa ruidosa e dissonante aos ouvidos, por conveniência de quem atingido, este cuida logo de negar o sentido dado. Não é, Mister Presidente?

Mas se é para meditar, que seja sobre o que estão dizendo os rapazes do “Ultraje a Rigor”, na musiquinha saída em alto e bom som daqui do quarto do meu neto. E faz tempo que os rapazes estão gritando isto: “A gente não sabemos escolher presidente / A gente não sabemos tomar conta da gente / A gente não sabemos nem escovar os dente / A gente somos inútel / Inútel / Tem gringo pensando que nós é indigente / A gente faz carro e não sabe guiar / A gente faz filho e não consegue criar / A gente pede grana e não consegue pagar. E por aí vai.

E neste pensar vadio não sei mesmo no que me fixar. Melhor partir para a dialética, que segundo Leandro Konder, é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreender a realidade como essencialmente contraditória.

Pensando na realidade e no contraditório, sem laudativo nem pejorativo, empregando a sutileza, repito Heráclito de Éfeso, no seu fragmento 91: “ Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio. Por quê? Porque da segunda vez não será o mesmo homem e nem estará se banhando no mesmo rio, ambos terão mudado.”

Eu, hem? Hoje estou pra lá de fragmentada. Ou complicada?

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