terça-feira, 3 de julho de 2007

COISAS DESTE MUNDO





Acredite, eu li: cidadã carioca – sem antecedentes criminais – foi surrada por um segurança de um supermercado para em seguida ser presa e processada nos rigores da lei. O motivo: foi flagrada tentando levar - sem pagar - uma lata de leite. Com a cidadã meliante, uma criança de colo que choramingava de fome.




Coisas deste mundo. “Mundo mundo vasto mundo/ se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria solução” (Drumond).


Sobre o caso da cidadã carioca fico imaginando em quais faces subiriam rubores se, com a cobertura da TV Globo, surgisse na porta da cadeia onde a indigitada mulher estivesse trancafiada, a figura do padre Antônio Vieira e proferisse um sermão desta natureza: “ (...) O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam de que eu falo, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo procedimento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o Governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força roubam e despojam povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enforcam.”.
Em se tratando de Brasil, haja ladrões para todos os gostos e ocasiões. No encalço lá se vão os jovens procuradores; a policia federal (com os seus tropeços); o TCU , os TCEs, a OGU e para deleite da “sociedade global”, estão ai, ao vivo e em cores os Conselhos de Ética, exibindo em capítulos floreados com verdades e ilações , tentando enquadrar os supostos transgressores , mas os que tentam, para desespero dos prós e dos contra, lamentavelmente, são ricos em teorias mas pobres em provas. E, em assim sendo, no quartel de Abrantes tudo continuará como dantes. Afinal, por quem e para quem foram feitos as leis e os xilindrós? E não me venha falar das centenas de prisões efetuadas pela Polícia Federal. O Supremo está aí mesmo para socorrer os "injustiçados", premiando-os com o beneplácito de um "Que tenhas o corpo" -Como disigna uma das disposições da Magna Carta imposta a João Sem Terra, depois de sua volta à Inglaterra

















Um comentário:

Anônimo disse...

Incrivel como nada muda,só o tempo dos numeros no calendário sem lógica.mudam as formas de interagir,se modernizam as formas de linguagens,mas a indole péssima,o engodo, a podridão e a injustiça ainda imperam.