domingo, 20 de setembro de 2009

POESIA É UM ATO DE PAZ





Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.
(Alecksandr Pushkin)




Gosto de poesia e comungo do mesmo pensamento de Pablo Neruda, que deixou dito que a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha.


Encantam-me a poesia lírica, que costuma retratar um momento emocional e também os poemas que expressam sentimentos que tocam a alma, como o amor.


Levi Trevisan afirma que a poesia é a mínima distância entre o sentimento e o papel.


É dito que a matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática.


Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.


Bem, fiando-me na liberalidade que é dada ao poeta, atrevo-me a deixar com você o poema que se segue:



QUE FIM MELANCÓLICO


(Zélia Maria Freire)


Que fim melancólico


Para o que se presumia


Ser um grande amor


Nem os meus braços


Encontram mais forças


Para estender-se


Perde-se no vazio


Parte de um corpo Cansado


Da minha boca


Já não se ouve um


Por favor me entenda


Fica comigo


Eu só queria compreender


O porquê deste quase inferno


Quando não mereço


E cá estou


Tão triste


Tão sozinha


Só com as minhas lembranças


E o que restou dela


Dói tanto...


Por que se resume


Numa


Cabeça sobre um colo


Que não é o meu






2 comentários:

Paulo de Poty disse...

Lindo Zélia. Um dia quero encontrar um amor desses.
Acho que desse tipo não existe mais.

Cadinho RoCo disse...

Das lembranças ruins o melhor a fazer é nos afastarmos delas.
Csdinho RoCo