quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

MAS, QUAL É O TEMA?



Uai! Meu céu está mais para nebulosa difusa do que para brigadeiro. E olha que o panorama visto daqui não é o de cima de um tamborete, mas sim de uma ponte .

Mas, qual é mesmo o tema para a crônica de hoje? Não sendo astrônoma, de nebulosa difusa que não é, como posso falar de uma coisa de tão difícil definição óptica, como diria das galáxias. Sobre brigadeiro, adoro os de chocolate, só não sei a receita. Além do mais, crônica no dizer de Fernando Sabino tem que ser uma coisa simples, amena. Se bem que haja controvérsia a respeito, há quem diga que ninguém tem mais tempo para ler as chamadas amenidades.

Diante do impasse como faço para entreter meu caro leitor, minha cara leitora... quando na realidade o que eu queria mesmo era falar mal do presidente e do seu governo? Pelo jeito tenho que me livrar de meter o bedelho nas questões graves, como essa da economia global, que ocupa a atualidade. Mas de uma coisa eu não abro mão, já que paira ameaça sobre nós, é de ir ali na botica da esquina mandar aviar uma receita composta de uma dose de moderação, duas de prudência e três de verdade, etiquetar e despachar para Brasília para ser entregue à Sua


Excelência, senhor e amo de todas as excelências.
E agora? Sem originalidade e com tanta gente boa aqui no Recanto escrevendo crônicas, como é que fica a minha? Não fica, dirão os entendidos. Acho que só me resta reclamar dos e das coleguinhas feito o escritor alemão Gottfired Keller, que queixava-se de Shakespeare acusando-o de ter aproveitado todos os temas fecundos, antecipando-se, assim, aos escritores que vieram depois dele, e prejudicando-os na própria originalidade. Isto é o que nos conta Carlos Alberto Nunes em “Introdução Geral e Plano da Publicação do Teatro Completo de Shakespeare”. Não é sem razão que a “obra prima” deixada por Keller foi "Romeu e Julieta na Aldeia". (Pelo título percebe-se de onde lhe veio a inspiração).

Ainda pensando nas excelências, e por isso e por mais aquilo, bateu saudade do meu avó Bernardino, pois se vivo fosse, e me visse “mocoronga” depois de uma bela carraspana, olhava pra mim, chamava pra si, apertava o meu braço nada magrinho (era gordinha quando garota) e dizia: aprenda mais esta, citando Suetônio: Vulpes pilium mutat nom mores. “A raposa muda o pêlo, mas os costumes não”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei tua crônica e a remessa pra Brasília! Muito legal,Zelia! um beijo e tudo de bom!chica