sexta-feira, 18 de abril de 2008

MANEIRAS DE CONVERSAR

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Ultimamente Ando conversando muito sobre o passado, o que está me deixando cismada... Será que este meu interesse pelas coisas idas, significa a velhice chegando e eu chegando ao fim? Está certo que eu não sou do tempo em que a maionese (mahonaise) foi inventada. Abro aqui um parêntese para mergulhar na História e dizer que essa deliciosa invenção aconteceu por acaso: foi durante a Guerra dos Sete Anos, quando o marechal duque de Rechelieu capturou a ilha de Minorca após sitiar com sucesso o forte de Mahon e derrotar a esquadra inglesa. Depois DA batalha, tudo que o mestre-cuca conseguiu encontrar para alimentar a tropa foram ovos e óleo com OS quais deu ao mundo um novo molho, que passou a ser chamado de maionese. O rei DA época era Luís XV e quem mandava na França era a maítresse em trite madame de Pompadour.
Depois desta exibição de cultura inútil e já que falei em conversa, me vem à mente o folhetinista José de Alencar, que antes de ser elevado à categoria de romancista famoso, tinha na corte o seu canto de jornal e num de seus escritos fala das muitas maneiras de conversar e exemplifica:
Os mudos conversam por meio de sinais, razão porque nunca dizem asneiras.
Os gagos conversam fazendo caretas mutuamente e arremedando um ao outro; a única diferença que há entre else e dois amigos é que fazem caretas com a boca, enquanto OS outros as fazem com o pensamento.
Marido e mulher conversam com amuos e espreguiçamentos; quanto mais conversam menos se entendem, porque falam línguas diferentes.
Os políticos conversam enganando-se uns aos outros.Os homens de salão conversam como relógio de repetição ou realejo de valsa. Os diplomatas conversam para não dizer nada. E há até OS indivíduos que conversam para ter o prazer de ouvir a sua própria voz: são OS narcisos DA nova espécie.
Um ministro quando está para se proceder a uma votação importante das Câmaras, conversa com a cara dos deputados e segundo as vê mais ou menos carrancudas, advinha a oposição.
E finalmente, as velhas, que conversam contando histórias do seu tempo, tornando-se assim, uma espécie de calendário manuscrito, em brochura.
Vê meu caro leitor, minha cara leitora como José de Alencar tem razão?Para crônica de hoje, a velha senhora aqui, foi buscar acontecências nos anos 1756/1856.

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